domingo, 24 de fevereiro de 2013

Imagens destorcidas




Graças ao ilustre pedido do Rodrigo De Luca, meu amigo "Japa", voltei ao meu espaço. 

Há algumas semanas passei por certas experiências que mereciam ser registradas aqui neste blog. Hoje o dia está propício para uma postagem e por isso vou tentar escrever, torço pra que saia alguma coisa interessante.

Bom, o assunto de hoje é uma crítica que será direcionada a alguns usuários do facebook que ainda não encontraram a função dessa rede social. Para início de conversa é necessário ponderar alguns aspectos que ao meu ver merecem crítica, e o escolhido de hoje é o "falso moralismo" impregnado nas pessoas em utilizar o face para espalhar assuntos religiosos. Falando assim, muitos podem achar que eu sou contra qualquer tipo de manifestação religiosa no face. Não, nego tal afirmativa e estou aqui para explicar. Eu aceito e admiro pessoas que sabem usar redes sociais para expor opiniões acerca de qualquer assunto, desde que seja de uma forma unilateral e verdadeira. O que me incomoda profundamente é a forma como as pessoas "propagam" a ideia de religião nesse tipo de site. Um assunto tão sério e tão rico, que poderia ser abordado de diferentes formas, tem virado modismo e tem sido estampado de forma incoerente e estúpida por alguns usuários. O que eu tenho assistido cotidianamente são pessoas que fazem um verdadeiro book na frente do espelho e na hora de postar a foto no seu mural, lança junto a ela um provérbio, um salmo um versículo bíblico.. Agora, por favor, qual a relação de um rosto maquiado, muitas vezes com expressões sensuais comparados com os versículos bíblicos escritos na legenda da foto? E a coisa não se restringe só nessas fotos... Tem muita gente elevando o nome de Deus de forma irracional e ignorante. Para falar sobre esse outro ponto, quero deixar claro que não fiz teologia, não sou uma exímia frequentadora de nenhuma igreja e não sei nada a respeito de religião, a unica coisa que acredito é que não devemos falar, expor, utilizar, postar e demonstrar o nome de Deus em vão, principalmente no facebook. Não há um dia sequer que não acesso o facebook pela manhã e encontro postagens relacionadas a Deus repletas de falso moralismo... Outra coisa que também me incomoda bastante são aquelas imagens religiosas pra serem compartilhadas, do tipo, "tal imagem merece quantas curtidas"? Ou ainda, "se gostou compartilha, se achou interessante curta". Será que as pessoas banalizaram tanto assim a imagem de Deus ou sou eu que fiquei tão perversa de uma hora pra outra?
Bom, eu acredito que não seja a única pessoa que já tenha levantado esse tipo de crítica, por que afinal esse assunto tá ficando sério. Torço para que os usuários das redes sociais mudem essa insistente maneira de expressar suas condutas se escondendo atrás de postagens religiosas, pra passar a imagem de "bom moço" ou "boa moça". Se você tem uma conta no facebook, twitter, instagram ou qualquer outro site de relacionamento,  mostre ao mundo quem você realmente é, e com certeza sua imagem será a melhor que você pode demonstrar. 

Acho que é isso.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O gato


Ganhei um gato. É, ganhei um gato, simples assim! Hoje é dia 26 de janeiro de 2012 e eu ganhei um gato. A simplicidade dessa postagem vai espantar qualquer um que leia, não a mim que escrevo. A questão é a seguinte: Eu nunca quis ganhar um gato. Eu nunca quis ter um gato e acho que nunca olhei pra um gatinho na rua e exclamasse com emoção: noooooooossa, que gatinho lindo! Não que eu nunca tenha achado um gatinho lindo na vida, mas é que eu sempre optei por achar cães lindos e fofinhos. A vida toda eu me poupei de achar gatos engraçadinhos, encantadores ou talvez amigos. Eu sempre elevei tais adjetivos para os cachorros. Meus tão amados cachorros.!

Bom, eu sempre tive cães em casa. Tive o Raí, a Pagu, a Shakira e o Brutus. O Raí era meu e de mais ninguém. Quando conheci, eu tinha 2 anos de idade (e juro que lembro exatamente do momento em que eu o vi). Eu acho que o amava, eu brincava com ele e até mordia. Eu achava que ele devia fazer tudo que eu queria, mas eu cresci e ele envelheceu... Nossa história não ficou tão amigável assim. A Pagu foi a fofinha que toda menina quer ter um dia. Ela era linda, branquinha, peludinha... uma legítima poodle! Era extremamente brincalhona e carente, tais características me definem bem. Mas ela era muito custosa, e dava dor de cabeça pra todos daqui de casa. Meu pai disse que ela morreu, mas eu sei que ela não morreu! Deram ela pra outra família por que não estávamos prontos pra tanta desordem! Eu acho que na época eu senti muito a falta dela, mas hoje não sinto tanto, ela ficou pouco tempo com a gente. A Shakira foi a cadela mais vistosa que tivemos. Era negra, maravilhosa, misteriosa e muito brincalhona. Isso contrastava toda aquela majestade. Uma pastor alemã, luxuosa! Eu também aprendi a amar muito a Shakira... Foi quando surgiu o nosso Brutus, o nosso amado Brutus. Ele era tão pequenininho, todo malhadinho de branco e preto, inofensível e fofo. Ele cabia no nosso mundo e a gente cabia no dele. A Shakira ficava enorme perto daquela coisinha tão doce. Eu sei que ela o amava, como todos nós fazíamos. Mas cotidianamente, numa velocidade impressionante o Brutus ia crescendo e aquele pitbull ia tomando forma e transformando a casa num reinado onde claro, ele era o imperador. E que imperador! A Shakira tava perdendo a majestade aqui dentro de casa. Tava perdendo as atenções e se tornando mera coadjuvante. O Brutus, em contrapartida, estava enaltecido, cheio de glória e muitas graças. Todos o queriam, todos o pegavam, todos o agarravam e ele virou o melhor amigo que a gente teve a ilustre oportunidade de conhecer. O Brutus abrilhantou nossas vidas por lindos 5 anos e nos deixou muito cedo, como alguém que vai embora sem se despedir. Ele nos deu graça, nos deu alegria, nos deu força, nos deu segurança, nos deu felicidade, nos deu VIDA!... nos deu a maior saudade.

Claro que todos eles foram construtores de muita amizade aqui no nosso lar. Claro que amamos um a um de uma forma muito especial. Claro que cada um nos deixou saudades. Claro que somos gratos aos nossos melhores amigos... Mas o Brutus nos fez o que nenhum outro foi capaz de fazer. O Brutus não nos deixou ter nenhum amigo por quase 5 anos, por que ele seria pra gente um 'quase' insubstituível. O Brutus nos deu a exclusividade de sentí-lo por todo esse tempo. O Brutus mexeu com o nosso corpo, com as nossas lembranças e com o nosso coração. Aaaah meu querido Brutus, você faz uma falta!

Hoje, meu pai nos deu a confortável notícia de que ganhamos um Labrador. É, ganhamos um Labrador! Eu e minhas irmãs estamos fortemente encantadas com essa ideia. Sempre quisemos um cachorro assim na espera de que ele possa ocupar ou pelo o menos parecer com o nosso querido e amado Brutus. Ele ainda não está em nossas mãos, tem só um dia de vida e por isso não tenho muito o que falar. Mas eu estou feliz, muito feliz! Já sonho com o rostinho dócil daquele serzinho inofensível que com certeza se transformará no nosso amigão, assim como foi o nosso estimado Brutus.



Preciso falar do gato né? Minha postagem leva tal palavra como título. E o meu gato é um gato! meu gato é o Guto! E incrivelmente eu estou adorando a presença do Gato Guto aqui em casa. A ideia irrisória de ter um gato agora se transforma numa maravilhosa história. Eu nunca me imaginava correndo atrás de um gatinho tão pequenininho. Eu nunca me imaginava alimentando essa coisinha. Nem mesmo pedindo que ele fizesse poses pra eu tirar fotos. Mas eu fiz tudo isso e estranhamente eu estou apaixonando pelo gatinho. Ele tem frieza nos seus gestos e no entanto tem meiguisse. Ele não faz muita coisa, não mia, não chora. Mas quer ficar perto, no colo se possível e isso o faz delicado. Ele quebra aquela impressão que sempre tínhamos de algo grande, forte, que corria e pulava ao nosso encontro. Ele não é grande, não é forte, não corre e nem pula, mas ele é um gato e gatos são assim. Ele tem individualidade e que individualidade! Ele é meu, ele é nosso, ele é um presente.!

Eu estou aqui pra dizer que errei ao julgar os gatinhos inofensivos que encontrei na vida. Eu estou aqui pra me redimir e afirmar que gatos são gatos e merecem amor e carinho assim como qualquer outro animal. Eu estou aqui pra amar o meu Guto e torná-lo inesquecível! Ele precisa de nós, ele precisa de mim. Assim como eu vou precisar dele pra me fazer mais feliz daqui pra frente.

[aos gatos, ao Guto, aos animais de estimação]

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Auto-Controle


Se tem uma coisa que todos os habitantes do Planeta Terra deveriam possuir é o auto-controle. Auto-controle para amar, para fazer amigos, para ser amigo, para respeitar, para entregar, para adquirir, para guardar, para dar. Controle da mente, do coração, do corpo e dos movimentos. Controle dos desejos mais profundos e das vontades mais insaciáveis. Controle da fala, do olhar e dos sorrisos. Controle das críticas - aah como esse é imprescindível!
O controle deveria ser inerente à pessoa humana. Assim como todos nascem com o cordão umbilical, fonte de alimento e principal ligação com o ventre materno, todos deveriam nascer e serem desenvolvidos pelo auto-controle.
Se você tem controle sobre sua vida e sobre seus atos, você tem controle sobre o mundo. Não tô falando do controle no sentido de poder controlar as pessoas e possuir tudo aquilo que se deseja. Não! Tô falando do controle capaz de fazer você pensar duas, três, quatro vezes antes de cometer um erro. Do controle que te leva aos acertos, do controle que te impede de ficar arrependido. Do controle que não te deixa sofrer. Esse sim é o controle que eu me refiro tanto.

As pessoas seriam mais donas de si mesmas. Seriam menos dependentes do resto do mundo e acho que as coisas funcionariam melhor.

Já imaginou se você pudesse ter controle sobre o amor?

Sei que muitas pessoas podem ler esse meu post com um olhar crítico, discordando em número, gênero e grau de tudo isso que eu escrevi. No entanto, eu vou ser firme na minha posição. Eu gostaria sim de ter auto-controle sobre tudo no mundo! Arrisco até em dizer que as pessoas pudessem ser mais felizes e que a humanidade precisaria menos de tantas coisas que hoje se fazem essenciais para a vida. Arrisco ainda em dizer que quem tem auto-controle sobre pequena parcela da sua vida, tem mais inteligência para agir no seu cotidiano e por isso, são mais recompensados pela própria vida.

Na minha lista de metas que pretendo seguir, o auto-controle sempre esteve entre os três primeiros lugares. Nesse ano não será nada diferente: Auto-Controle para agir, pensar, falar, demonstrar... Auto-controle para amar.

[post dedicado à mim mesma.]

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os girassóis e nós



Eles são submissos. Mas não há sofrimento nessa submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.

A lógica é simples, não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É a regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É a força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.

Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues a intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram que querem o Sol. Eles são girassois.

Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender da minha possibilidade de ser feliz. É nEle que o meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que nEle já está realizado.



Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.



Eu dEle me recebo, assim como o girassol recebe do Sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o Sol potencializa.

O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se nEle não colocarmos a direção dos nossos olhos.

Cada vez que nosso olhar se desvia da sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial.


Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.

A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de polvora pelos cômodos de nosso morada. Um risco que não podemos correr.

Tudo que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente nos importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.



Sejamos como os girassois.



Uma coisa é certa, nós estamos no mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.

Sejamos afeitos a esse movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.



Girassol só pode ser feliz se para o Sol tiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.

Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.






[Padre Fábio de Melo]



mais que um texto, um exemplo a ser seguido.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

No meu espaço


Que saudade disso aqui. Que saudade de escrever. Que saudade do meu blog!
Há meses eu simplesmente não postava nenhum textozinho sequer. Tava sentindo falta de deixar qualquer opinião, qualquer crítica, qualquer sentimento, qualquer dúvida... Então, nessa postagem, pretendo matar a saudade, escrever algo bom e ficar satisfeita.

Bem, comecei a ler algumas postagens antigas aqui do meu blog e notei que há quase 3 anos eu mantenho de uma forma ou de outra um espaço que é meu: individualista, egoísta, egocêntrico, um pouco sem sentido, mas mantenho e ele é meu. Espaço esse que já me serviu de grande ajuda. Escrevendo eu já fui feliz, já fui triste, já cresci, já diminui, já amadureci, já regredi, já chorei, já sorri, já me diverti, já me decepcionei... Hoje eu sei que esse espaço é o lugar onde eu encontro a minha definição. Se houveram leitores no decorrer desses anos, sei que eles se surpreenderam e por vezes se decepcionaram comigo. Sei que eles podem até ter se identificado algumas vezes com aquilo que eu tenha compartilhado. Sei que eles me conheceram um pouco mais e isso é bom e é de grande valor pra mim. Quando você cria um blog, você não faz ideia da suas intenções e nem imagina o que fará dele. Um diário, um livro, uma revista informativa, uma rede social? Não sei! Mas você vai escrevendo, vai postando, vai se empolgando, vai vivendo... Chega o momento que ele vira parte de você e como parte sua você precisa cuidar dele e dedicar tempo e vida. Aí meu amigo, tudo começa a fazer sentido.
O meu blog se desprendeu de mim como uma pétala que desfaz da flor no outono. Eu o deixei viajar sozinho e por onde eu não sei. Eu fui displicente e indiferentemente eu o ignorei. Alguma pessoa ou outra chegou a me perguntar se eu já não postava mais nada no meu blog. Confesso que nesses momentos eu tive a vontade momentânea e passageira de voltar a escrever, mas foi bem passageira. É, e passou.
Hoje eu vim atualizá-lo. Não tinha nada pra escrever, não tinha inspiração alguma. E ainda não tenho. Quis falar do meu blog, quis falar do meu espaço. Mais uma vez, quis falar de mim.

Seria estranho não falar de mim num espaço que leva o meu nome como título. Seria estranho não falar de mim se o meu 'eu' está cada vez mais antropocêntrico na minha vida. Seria estranho não falar de mim, quando eu não tenho a quem criticar. Melhor criticar a mim mesma, não?!

Acho que ando tendo muito tempo pra pensar em mim. Preciso transformar meu tempo pra pensar no que fazer pelos outros. A vida é tão rara, e apesar de minha, ela é tão deles. Eu não vivo sozinha, eu não moro sozinha, eu não existo sozinha, eu não amo sozinha. Eu sou completamente dependente da minha família, amigos e vínculo social. Eu sou uma e no entanto, quero ser todos.

É isso, apesar de meu, aquilo que escrevo passa a ser dos outros. Apesar de bem egocêntrico, o meu blog 'espaçoyna.blogspot.com' é no entanto, o espaço que eu escolhi pra que as pessoas realmente descobrissem o segredo de ser alguém, o segredo de ser eu. Enfim, de volta ao meu espaço vou tentar colocar tudo no seu devido lugar. Por que é preciso reinventar-se, é necessário reorganizar-se. Eu preciso disso aqui, e assim eu sou mais feliz.

[post de boas vindas, de novo]

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saudade

Quando penso em você me sinto flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

Lembrando dos momentos
em que juntos nosso amor se conjugava
em uma só pessoa, nós ...


É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...


A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.
Meu ciúme se abranda com tuas juras
e promessas de amor eterno.


A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...


E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Tudo isso acontece porque amo e penso em você.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Reverência ao destino

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade